
Anatomia (do grego antigo ἀνατομή
[anatome], "seccionar"), é o ramo da biologia no qual se
estudam a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto
internamente.
Alguns autores usaram este termo incluindo na anatomia
igualmente o estudo das funções vitais (respiração, digestão, circulação sanguínea, etc) para que o organismo viva em equilíbrio com o meio ambiente. Segundo esta definição, mais lata, a anatomia é de certa forma o
equivalente à morfofisiologia (do grego morphe, forma + logos, razão,
funcionamento).A anatomia humana (ver
abaixo), a anatomia vegetal e a anatomia comparada são
especializações da anatomia. Na anatomia comparada faz-se o estudo comparativo
da estrutura de diferentes animais (ou plantas) com o objetivo de verificar as
relações entre eles, o que pode elucidar sobre aspectos da sua evolução.
De modo geral, nas sociedades urbanas, podemos constatar uma hiperutilização do sentido da visão: a quase supremacia da escritura e leitura como meios de fabricação e circulação do saber; a valorização da televisão, do cinema e do vídeo como cultura, lazer e informação; a indispensávelutilização do computador, a estética dominante dos top models e a febre de consumo de produtos vendidos através de suportes visuais (Internet, televisão, foto). Embora a maioria de nós saiba que atualmente a informática oferece inúmeros programas que permitem a manipulação da imagem, a mídia atesta a veracidade da informação sobretudo através da imagem, possivelmente manipulada…O que dizer dos outros sentidos, face à “onisciência” da visão em nossa sociedadecontemporânea? Fronteira entre Eu e o Outro, a pele é o maior orgão do corpo humano, lugar por excelência da afetividade, do desejo, da intimidade e da identidade.
De um ponto de vista fisiológico, os orgãos sensoriais estão vinculados ao tecido epitelial: o som atinge a pele da orelha e do aparatos mais sensíveis da orelha interna; o paladar é o contato de um alimento com a pele da língua. O mesmo se dá com o olfato,cujos estímulos passam pela pele das narinas para serem codificados pelo sistema nervoso. Segundo Roquet (1991,p.18), o órgão pele sintetiza todas as funções dos outros sentidos. A pele pode captar, pela vibração, ondas sonoras eondas luminosas. Ela tem um papel como regulador térmico ese aparenta ao sistema respiratório, pois respiramos também pela pele. A estimulação cutânea ativa o sistema neurovegetativo e esse age sobre o sistema respiratório e visceral. Tal como o sistema nervoso, a pele origina-se da ectoderme, a camada de células mais externa do embrião. Através dos proprioceptores, a pele é sensível ao toque, que informa ao sistema nervoso sobre espessura, forma, profundidade, densidade, etc. Muito embora a pele seja “um órgão determinante no desenvolvimento do comportamento humano”, como afirmaMontagu (1979, p. 210), para a maioria das pessoas, asensação do toque é restrita ao período da infância ou àsrelações íntimas.
A visão sendo o sentido privilegiado nocotidiano dos habitantes dos grandes centros urbanos e otoque sendo a faculdade sensorial menos requisitada nessecontexto, o corpo humano passa a ser apreendido sobretudo por sua aparência. Face à utilização excessiva que os indivíduos fazem da visão em nossa sociedade e dos problemas de saúde que isso pode ocasionar, a educação somática propõe exercícios que visam um reequilíbrio sensorial. O toque é a sensação mais
primitiva do ser humano e é a primeira via senso-motora que os professores de educação somática abordam.
Os exercícios de educação somática propõem a sensibilização da pele como um meio de (re)ativação do sistema proprioceptivo. Sabemos que o sistema proprioceptivo tem receptores na pele, nos músculos, ligamentos, tendões e articulações que são responsáveis de informar o cerebelo das diferenças de pressão sobre o corpo e de sua orientação no espaço, informações absolutamente necessárias à sobrevivência do organismo e à manutenção da saúde.
O espelho não é utilizado nas aulas de educação somática e o professor de educação somática raramente demonstra os exercícios aos alunos. O referencial objetivo da imagem do corpo no espelho ou do corpo-modelo do professor cedem lugar à subjetividade do aluno, que aprende a tomar suas próprias sensações como referência do aprendizado.
Dentro do contexto pedagógico da educação somática, os acessórios (bolas de borracha e de espuma, bastões e tijolos de madeira, saquinhos de areia, etc.) tornam-se referências de contato com a pele e instrumentos de auto-massagem, levando o aluno à (re)definir as fronteiras de seu corpo e a renovar sua relação com o mundo exterior. Montagu (1979, p. 215) afirma que : “O despertar da consciência de si é em grande parte uma questão de
experiência tátil”.
experiência tátil”.
De um ponto de vista psicológico, a sensibilização da pele proposta pela educação somática é uma estratégia pedagógica utilizada pelo educador para levar o aluno à (re)descobrir-se além de sua aparência. Por exemplo, no caso de pessoas de personalidade introvertida com tendências anti-sociais e depressivas, a sensibilização da pele pode levá-los a uma relação mais sadia com o “mundo exterior” através de uma (re)descoberta da afetividade, da auto-estima, da sensualidade e da identidade, sem as quais a vida torna-se monótona e insípida. No caso de alunos extremamente extrovertidos e que apresentam distúrbios de comportamento como a hiperatividade e a falta de concentração, a partir da sensibilização da pele, o professor pode levar esse tipo de aluno a gradualmente entrar em contato com o espaço interior do corpo (pulsações, músculos, órgãos, líquidos, etc). Assim, a atenção do aluno hiperativo é dirigida progressivamente para sua própria interioridade. Através de vivências somáticas que começam pela estimulação tátil, os alunos aprendem de maneira gradual a conhecer-se, a respeitar as tendências de sua personalidade, a visitar outras facetas menos conhecidas de si mesmos e a desenvolverem habilidades pessoais que os levarão a estabelecer relações mais equilibradas com o meio, e desenvolver assim a sua propria dança, trazendo a tona a qualidade do movimento.
Essas informações e muitas outras estão disponibilizadas no endereço: http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/motriz/article/viewFile/167/138
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