quinta-feira, 14 de junho de 2007

Pesquisa - Final do 3° semestre

PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais

Os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo dos PCN é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros, mesmo em locais com condições socioeconômicas desfavoráveis, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania. Não possuem caráter de obrigatoriedade e, portanto, pressupõe-se que serão adaptados às peculiaridades locais.
A própria comunidade escolar de todo o país já está ciente de que os PCN não são uma coleção de regras que pretendem ditar o que os professores devem ou não fazer. São, isso sim, uma referência para a transformação de objetivos, conteúdos e didática do ensino.

Ensino Fundamental – 1.ª a 4.ª série


Têm como objetivo estabelecer uma referência curricular e apoiar a revisão e/ou elaboração da proposta curricular dos estados ou das escolas integrantes dos sistemas de ensino.
Os PCN de 1.ª a 4.ª série estão divididos em 10 volumes:

Volume 1 — Introdução aos PCN
Volume 2 — Língua Portuguesa
Volume 3 — Matemática
Volume 4 — Ciências Naturais
Volume 5.1 — História e Geografia
Volume 5.2 — História e Geografia
Volume 6 — Arte
Volume 7 — Educação Física
Volume 8.1 — Temas Transversais — Apresentação
Volume 8.2 — Temas Transversais — Ética
Volume 9.1 — Meio Ambiente
Volume 9.2 — Saúde
Volume 10.1 — Pluralidade Cultural
Volume 10.2 — Orientação Sexual

Ensino Fundamental — 5.ª a 8.ª série


Estabelecem, para os sistemas de ensino, uma base nacional comum nos currículos e servem de eixo norteador na revisão ou elaboração da proposta curricular das escolas.
Volume 1 — Introdução aos PCN
Volume 2 — Língua Portuguesa
Volume 3 — Matemática
Volume 4 — Ciências Naturais
Volume 5 — Geografia
Volume 6 — História
Volume 7 — Arte
Volume 8 — Educação Física
Volume 9 — Língua Estrangeira
Volume 10.1 — Temas Transversais — Apresentação
Volume 10.2 — Temas Transversais — Ética
Volume 10.3 — Temas Transversais — Pluralidade Cultural
Volume 10.4 — Temas Transversais — Meio Ambiente
Volume 10.5 — Temas Transversais — Saúde
Volume 10.6 — Temas Transversais — Orientação Sexual
Volume 10.7 — Temas Transversais — Trabalho e Consumo
Volume 10.8 — Temas Transversais — Bibliografia

Ensino Médio


Os PCN para o Ensino Médio têm por objetivo auxiliar os educadores na reflexão sobre a prática diária em sala de aula e servir de apoio ao planejamento de aulas e ao desenvolvimento do currículo da escola. Os documentos estão assim apresentados:
Bases Legais;
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Educação Física, Arte e Informática);
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias (Biologia, Física, Química, Matemática);
Ciências Humanas e suas Tecnologias (História, Geografia, Sociologia, Antropologia, Filosofia e Política).

Pesquisa - Final do 3° semestre

Banco Mundial

Poder de voto no BM
País Porcentagem
Estados Unidos 16,39 %
Japão 7,86 %
Alemanha 4,49 %
França 4,30 %
Reino Unido 4,30 %
Outros 62,66 %

O Banco Mundial é uma agência do sistema das Nações Unidas, fundada a 1 de Julho de 1944 por uma conferência de representantes de 44 governos em Bretton Woods, New Hampshire, EUA, e que tinha como missão inicial financiar a reconstrução dos países devastados durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, sua missão principal é a luta contra a pobreza através de financiamento e empréstimos aos países em desenvolvimento. Seu funcionamento é garantido por quotizações definidas e reguladas pelos países membros. É composto por 184 países membros. Sede: Washington DC, EUA

Deve-se saber distinguir o Banco Mundial do Grupo Banco Mundial. O Banco Mundial propiamente dito é composto pelo BIRD e pela AID, que são duas das cinco instituiçoes que compõem o Grupo Banco Mundial.

As cinco instituições estão estreitamente relacionadas e funcionam sob uma única presidência. São elas:

  • BIRD - Banco Inernacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento

O BIRD proporciona empréstimos e assistência para o desenvolvimento a países de rendas médias com bons antecedentes de crédito. O poder de voto de cada país-membro está vinculado às suas subscrições de capital, que por sua vez estão baseadas no poder econômico relativo de cada país. O BIRD levanta grande parte dos seus fundos através da venda de títulos nos mercados internacionais de capital. Juntos, o BIRD e a AID formam o Banco Mundial.

  • AID - Associação Internacional de Desenvolvimento

Desempenha um papel importante na missão do Banco que é a redução da pobreza. A assistência da AID concentra-se nos países mais pobres, aos quais proporciona empréstimos sem juros e outros serviços. A AID depende das contribuições dos seus países membros mais ricos - inclusive alguns países em desenvolvimento - para levantar a maior parte dos seus recursos financeiros.

  • IFC- Corporação Financeira Internacional

A IFC promove o crescimento no mundo em desenvolvimento mediante o financiamento de investimentos do setor privado e a prestação de assistência técnica e de assessoramento aos governos e empresas. Em parceria com investidores privados, a IFC proporciona tanto empréstimos quanto participação acionária em negócios nos países em desenvolvimento.

  • AMGI - Agência Multilateral de Garantia de Investimentos

AMGI ajuda a estimular investimentos estrangeiros nos países em desenvolvimento por meio de garantias a investidores estrangeiros contra prejuízos causados por riscos não comerciais. A AMGI também proporciona assistência técnica para ajudar os países a divulgarem informações sobre oportunidades de investimento.

  • CIADI - Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos

O CIADI proporciona instalações para a resolução- mediante conciliação ou arbitragem - de disputas referentes a investimentos entre investidores estrangeiros e os seus países anfitriões.

Presidência

O presidente do Banco Mundial é tradicionalmente um cidadão dos EUA, enquanto que o presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI) é tradicionalmente um europeu, com exceção da cidadã estado-unidense Anne Krueger, que manteve o posto no FMI até que um novo diretor fosse nomeado. A nominação do presidente do Banco Mundial pelo governo dos EUA não é passível de discussão, e sua aceitação pelos europeus ou outros países membros não é requerida.

Presidentes do Banco Mundial

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Corpo


O corpo no corpo: É o corpo que nós sentimos, o mais próximo ao somático. O corpo-organismo é a fisiologia disposta em seus registros enteroceptivos , propioceptivos para participar da vida em comum. É esse o corpo representado da medicina, aquele que adoece das patologias orgânicas. 2- O corpo no espelho: é o corpo das formas, a silhueta de um volume. É uma representação geométrica com valor determinado por quanto se aproximar ao ideal pré- estabelecido. É aquele que nós vemos se ele já foi visto. Esse é o corpo das dismorfofobias e o das distorções da imagem corporal. 3-O corpo na mente : esse é o corpo relatado, historiado e mistificado segundo a lógica da linguagem que o narra . É o corpo que se encarrega de certa representação designada num papel que assegure a consecução de fins comunitários. Esse é o corpo doente da histérica 4-O corpo com outro corpo: é o corpo mediado (ou que sofre a intervenção) pela presença de outro. É o corpo da intersubjetividade que enactua (emerge em) um campo vincular . É o corpo que percebe, recebe ou rejeita. Sintoniza, procura ou se desliga do sentido que se organiza em um campo vincular com outro .

Dentre esses quatro registros do corpo surge a vida psíquica, a mental, a interacional e a vincular. É no cruzamento dessas avenidas donde estaria instalado o self que seria tanto resultado quanto regulador de cada um dos modos descritos de corpo.

Um corpo é percebido próprio e interoceptivamente como um objeto-vivo entre outros objetos- vivos a partir de seu ingresso à vida comum, quer dizer, sabe que é a unidade e ao mesmo tempo faz parte de um sistema que o forma e transforma. Um corpo é tanto contorno geométrico e volume sólido quanto movimento muscular e ondas de fluídos internos. O contato com outros corpos lhe permite tornar-se corpo vivo, conceber-se movimento, e também ajuste permanente e recorrente.

Cada corpo compartilha una história com outros corpos, história que se registra nas memórias de processos realizados com fins homeostáticos. O corpo é econômico e compartilha em uma e outra interação padrões aprendidos de ajuste fisiológico. O exemplo mais elementar desta forma é o padrão de apego. Por outro lado, o corpo não é vivido apenas na dimensão da matéria mas, ao estar sujeito no intercâmbio social, adquire significado neste círculo. O significado atribuído em cada circuito social é uma propriedade distribuída, quer dizer, não pertence ao corpo nem apenas aos membros do círculo, mas ao sistema de relações gerado por eles. Dessa maneira a representação desse corpo o suplanta em sua ausência e o convoca às práticas coletivas hermenêuticas que “deslavam” o corpo original e o vestem com ícones olissémicos infinitos. Somos tantos quantos reflexos e espelhos existam. O corpo é retrato de corpo e corpo destinado à sua imagem. Mutável segundo a necessidade e o contexto, ainda que seja também um ritual de ser aquele que ele é, dados certos signos de configurações particulares. Um corpo que é o rito de seu próprio mito. Mito que o contém e organiza, permite, proibe, facilita, bloqueia registros fisiológicos possíveis, tornando-os mais ou menos prováveis dado um particular contexto. Um corpo que se olha no espelho, lugar comum na praça dos significados, comparando-se com os ideais desejados. Nesse lugar de significados, habita-se reiteradamente em operações de associação, comparação, deslocamentos que tentam fazer correspondência com definições de ser que o restringem, tantas são suas alternativas. O Grande Espelho é um um organizador teleológico que marcará os corpos de modo diferente e para buscas diferentes cada vez que mude suas direções, que, por definição, apontam para objetivos incertos e portanto móveis e de alcance impossível. O Grande Espelho parece marcar um sentido, mas sua promessa é esquiva e, quando nos aproximamos, escapa, abrindo suas asas atentas para não ser jamais capturado.

A deserção no lugar do sentido parece mover o corpo para explorações intermináveis. Tributos ao fundamento da repetência (repetição), principio do estar procurando aquilo que não está, umbral a partir do qual se começa a escrever o humano.

O corpo, que é antes de mais nada, organismo vivo, informação genética disposta para sua “autopoiesis”, reprodução e morte, ingressará, então, ao mundo metafórico do significado onde será determinado segundo as forças de ordem simbólica imperantes. A imagem corporal é uma obra conjunta, consensuada em alguma negociação das necessidades de ambos os corpos no exercício social que não apenas requer sua própria pupila, no espelho, mas a de outro que capturou a imagem, a elaborou e devolveu. O corpo se olha através desta imagem e constróe nesse ritual, sua presença. Ele se apresenta com essa aura imaginária, reflexo de desejos e domesticado em uma ilusão. Por isso o corpo recém sabe quem ele é, quando já foi olhado por outro. A impressão causada em outra pupila é a marca que essa presença inscreve no outro. A impressão está construída através de signos que remetem aos significados. Cada tempo e cultura escolhe signos que representam mundos de significados. Por exemplo magreza remeteria, em nossos tempos, ao sucesso e o sucesso à felicidade e a felicidade ao desejo de proximidade. Em uma espécie de ilusão enganadora, usamos certos signos convencionais que inscrevam tipos de presenças que nos organizam a fisiologia do dono e do impressionado. Essa seria a lógica que utilizam, por exemplo, os “vigoréxicos”, que transformam o corpo em silhueta muscular tentando inscrever presença masculina: força e determinação. Presença que sustenta sua própria coerência com relação à impressão que essa experiência faz nos outros. Isso quer dizer, nós utilizamos signos capazes de : entregar rápida informação taxonômica; ser competentes na simulação; ser aptos para copiar ou falsificar; ser especialistas em aparentar e imitar. Com o signo pretendemos dar informação, comunicar quem nós somos ou quem pretendemos simulamos ou sonhamos ser. O signo, que não é a mesma coisa, mas
aquilo que a re-presenta, aquilo que a presume é apenas uma parcialidade, mas é eficiente em seu propósito. Por essa razão é que copiar a aparência é um jogo grato ao humano, destinado a enganar a taxonomia. É nesse jogo de imagens que acontece a pretensão de ser, o jogo de Narciso. Na construção da imagem é que existe uma dança sedutora que induz ao engano e atrai pelas suas promessas. Uma espécie de jogo de indução e sedução. Uma dobra enganadora do pensamento que vai requerer a capacidade de discriminar finalmente, antes de concluir, a que tipo de informação estamos submetidos e como coordenamos com o resto das ações.


Resulta então que o corpo se vive em registros fisiológicos que estão sempre conectados com outros registros do ambiente. A partir da percepção da luz, o calor, os sons, até as presenças de outros corpos não são alheias à sua maneira de operar. Até aqui não existem diferenças com as bactérias nem com os peixes-boi. Nosso umbral está depois que nos caímos nessa rede de sustentação e captura que colhe o corpo até humanizá-lo, até torná-lo quase substituível, mesmo que seja parcialmente, através do símbolo, que lhe dará como prenda um objeto-imagem para circular com licença de existência. Esse Objeto–corpo não corresponde completamente ao corpo de nenhum indivíduo, mas o representa além de si mesmo, estendendo a existência além da morte e criando a ilusão de eternidade. O corpo só se completa e faz existência quando pode articular todos e cada um de seus registros: a integração será a relação das partes, fazendo de imagem, matéria e símbolo um nó recursivo em si mesmo.

O corpo se dispõe à trama comum através de zonas de contato. Existem as lisas, extensas e expostas como a pele ou recolhidas, úmidas, como o tubo digestivo ou o respiratório. Também existem as continentes/excrecentes de entrada e saída como os genitais. As partes do corpo passam a ser o suporte material da atividade metafórica.

Receber, conter, expulsar serão primeiramente verbos orgânicos e, depois, psíquicos. Uma meta-forma cartesiana em seu método já que ele divide a realidade em duas partes: o que é meu está dentro, o inaceitável está fora. Nessa lógica funda-se o bom-o ruim; o amigo-o inimigo, ficando o que é ameaçador tão fora quanto seja possível, sendo projetado para outros corpos. O impacto dessas projeções, quer dizer, a maneira como seremos tratados se formos enxergados como ameaçadores, será parte dos impactos que prejudicam o bem-estar conjunto e parte do trabalho de limpeza e proteção que o corpo deverá realizar constantemente em sua co-habitação com outros. O corpo é, por isso, o ponto fronteiriço da dinâmica social, a fábrica da metáfora relacional. Um referente objetivo do subjetivo. Um instrumento do subjetivo que o pre-forma através da repetição do símbolo permutado e o dispõe em sua narrativa protéica.

O corpo é, além da história fisiológica, uma história de representações e de procedimentos dessa integração de experiências. O corpo precisou ser treinado para ser um “soma” humano na sociedade onde se desenvolveu. Então, o corpo com outros corpos, não é mais apenas imitação mas parte de um sistema de coordenações de coordenações. O corpo, novamente, transcende a si mesmo para o bem comum, entendido como as coordenações destinadas a preencher os vazios do concerto das faltas. O corpo passa ao lugar dessas alianças ao ter sido marcado, primeiramente e domesticamente, pela presença/ausência de seus iniciadores: a que dá, o que tira, Mãe e Pai, e pelo desejo–falta que circula na mitologia do lar ao fazer com que o corpo se ajuste por associação, contigüidade, semelhança, contraste ou oposição com os outros parentes-imagens que foram chamados na história transgeneracional a ocupar esse ou outros lugares (papéis). O corpo é mistificado, utilizado no roteiro comunitário, subjugando seu desejo ao desejo comum. Dessa maneira o corpo é vivido mais além, no lugar dos espelhos. Porém, o corpo pode retomar uma parte de sua mesmidade, como se alguma parte de si mesmo não fosse conhecida neste roteiro, mas num outro, fora do doméstico, quando ingressa em outros mitos: casal, profissão, clube, hobbies. É a palavra que com-move a novos registros de desejo e movimento. O corpo é essencialmente plástico e de destino corporativo.

Um corpo se acopla a outro corpo ao se sintonizar em seu tom vital, deixando que a energia despertada no encontro/desencontro circule, organize-se segundo as formas dispostas, se constitua em libido e funcione como a ligação entre matéria, imagem e símbolo. A história dessa ligação torna-se padrão em sua recorrência, tenta-se idêntica cada vez, sendo essa falência na identidade idêntica, a dinâmica permanente deste corpo nunca completo, nem finalizado, em permanente remodelação (construção/ deconstrução). Nunca volta à configuração fisiológica criada ao mesmo lugar, ainda que tente, já que se consegue o calço com a origem, a dinâmica do ajuste morreria, deixaria de rodar para o sentido fugaz. Um corpo unido a outro corpo está unido a um terceiro corpo, que por sua vez, está unido a outro, formando uma cadeia fisiológica que tece uma trama sensorial e metafórica além do próprio corpo.

O corpo, dessa maneira, participa de uma coerência global, não necessariamente consciente, onde se configura e se representa a cooperação na ação e a coordenação para um sentido comum. O corpo, então, é biologia ressonante, é intersubjetividade colaborativa, é sintonia, é abertura que se deixa enlaçar tanto a partir dos hiatos cognitivos, onde habita o mais representativo , até o mais fisiológico, onde habitam as formas sólidas da energia.

O corpo é instituído cada vez e por cada um num cruzamento de dimensões. Neste ponto eles atravessam e se integram: o soma, que ao ser matéria perceptível e moldável se transforma num organismo; a imagem, que vai sendo criada na interação vincular; a identidade, que é o acordo no papel social e privado e a intersubjetividade que é a coordenação da experiência para um sentido.

O corpo se funda como tal entre essas quatro avenidas. E é nesse cruzamento onde o self surge no meta-nível como uma maneira integrativa de integrar os dos discursos do corpo. Vamos passar a desmembrar as narrativas do corpo em:

1- Corpo no corpo: O soma dotado de suas fantasias conscientes e inconscientes se apresenta através da fisiologia, registro silencioso e transparente na saúde, central e escandaloso na doença. Trata-se de um corpo introceptor, proprioceptivo, sensitivo. Um corpo-sentido e que
sente em suas funções de intercâmbio dentro/fora; tensão/relaxamento; pressão/ liberdade; excitação/repouso; ritmo/sobressalto. Um corpo dicotômico por essência que supõe a lógica da presença/ausência como a diferença que constrói informação. Um corpo de dados claros e mensuráveis, previsível dentro desses limites. O corpo que a medicina capturou como objeto de análise, intervenção e culto. Esse é o corpo que chamaremos de corpo no corpo, o mais próximo à informação geral de um organismo vivo da espécie humana em seu ramo homo-sapiens. Nesse corpo estão as formas básicas do que é vivo: os instintos, por exemplo. Os procedimentos básicos de um animal bípede, omnívoro e mamífero seriam: a. a Busca: sistema de motivação e
“expectação”, possivelmente da aprendizagem relacionada com o entusiasmo; o reconhecimento de necessidades e ao aprendizado; b. a Raiva: sistema de destruição relacionada com a proteção do próprio, com aniquilar o inimigo e imobilizar ao suposto agressor; c. o Medo: sistema de ansiedades ativado para defender-se e proteger do dano o tecido que encontra diferentes formas de manifestação segundo a chave de perigo do meio ambiente; d. o Desejo sexual: sistema de busca, sedução e consecução da reprodução e a companhia sexual entre fêmeas e machos; e. o cuidado: sistema de proximidade que facilita a nutrição e o desenvolvimento das crias e marca a filiação; f. o Pânico: sistema de alarme destinado à conservação da vida ou suas condições; g. o Jogo: sistema destinado a praticar em condições favoráveis, e sem conseqüências perigosas, habilidades da vida real ou criação de soluções alternativas que supõem ligarse com fins específicos; h. o Poder: sistema de dominâncias e submissões que hierarquizam o grupo, controla a ansiedade grupal, designa território e dispõe parceiros sexuais.

Nesse corpo, portanto, se encontram inscritos os padrões de apego, os arousal de ansiedade, prazer, nojo, raiva, os tons ansiosos e motivacionais. Podemos dizer que é uma ordem organísmica de corpo, um texto escrito no funcionamento dos tecidos vivos. Este corpo adoece no psicossomático e no somático; é o corpo da doença da maneira como nós a conhecemos em nossa medicina.

2- Corpo no espelho: Esse é o corpo das formas geométricas, do volume tridimensional, o que as anoréxicas gostariam de deixar bidimensional, tão plano quanto um ícone da estrada. É o sólido que corta a luz e o tempo. Quando eu vejo no espelho otempo se torna linear. Aquilo que vejo lá, já aconteceu, com relação a isso que sinto aqui.

É um corpo refletido na pupila da mãe, no brilho do casal, entre os pares o uma vitrine pública. É o corpo do espelho do outro. O corpo-Visto, é o corpo tocado pelo olhar do outro, já não é apenas o que e vejo mas o que eu vejo naquilo que eu vejo. O corpo que me atribuíram de acordo a quem, porque e quando (segundo alguém, por alguma razão e em algum momento). O corpo que sofre um corte com a borda do espelho. Eu sou e não sou essa imagem, porque carece de algo essencial e porém me antecede, me apresenta para outro, quem, por sua vez, me outorga um valor ético, estético e de intercâmbio.
É aquele corpo, aquele que foi, aquele que olho daqui. Juntos esse e este constróem diálogo, um espaço onde circula um afeto entre ambos registros. Esse afeto procura representante no corpo, bem como a representação procura um corpo onde possa se tornar carne. A cena no espelho cria um espaço de comunicação metafórica onde representação e afeto se tornarão plásticos até tentar se fundir. Nesse espelho poderei portar a imagem daquilo que falta; nesse espaço será criado o imaginário, um imaginário que sustenta os momentos fugazes, quer dizer, um sustentador em falta.
Dessa maneira, a imagem, livre de compromissos fisiológicos, poderá representar a esse soma em outros lugares e sairá ao mercado para ser submetida ao controle de fiscais sociais que a compararão constantemente com seus ideais. Como diria Schreber “ser é ser outro, ser todos os outros sem a menor possibilidade de ser autêntico”, tornando o ser uma coisa incerta como o reflexo de infinitas imagens dispersas e variáveis em suas definições. Nesse esbanjamento, a imagem, transeunte imortal, encontra respostas no como sou desejado ou requerido por outro. Quando eu voltar para mim, a imagem irá cimentando-se como um código através do qual me vejo corpo-visto. Será integrada, nessa imagem de mim, o olhar forasteiro, tornando equiparável meu desejo ao dos outros através de sucessivas distorções .

O corpo do espelho é então o corpo da silhueta, aquele que vai adoecer pelas dismorfofobias e nas chamadas distorções da imagem corporal .
3- Corpo na mente: Outro não apenas nos representa mas nos descreve, nos entrega palavras que nos dão ordens. As palavras envolvem o corpo, o atravessam, o tornam falante, falador, comunicador de signos fonéticos. Humanizam-no na linguagem que é como uma rede lógica que cai ao corpo para dar-lhe uma ordem social. A comunidade
requer uma ordem. E nesse corpo será utilizada a legislação logocêntrica que utiliza operações simples, tais como: ampliar, diminuir, girar, polarizar, inverter, rodar, trasladar, complementar, comutar, substituir, repetir, “seriar”, degradar em escala, projetar, deslocar, substituir, polarizar condensar, isolar, dissociar, incluir, substituir.
Todos processos lógicos que mobilizam e dispõem ao acordo e à coordenação. Esse corpo é aquele que se submete à cena comum capturado por um papel designado. Este corpo perde de si mesmo para ganhar de nós. O corpo veste o hábito designado, se habitua a fazer esse papel. Com o papel se faz alguma coisa. Quer dizer, se encontra no âmbito da interação. O papel, obviamente restringe e obviamente, outra vez, outorga sentido na cena grupal (seja doméstica ou pública). A partir do papel, o corpo cumpre tarefas pré-estabelecidas, como a de representar uma posição relativa aos outros. A partir do papel, regula-se também a motivação. Cada papel tem uma cota de desejo disposto a regular a distância. O papel é uma atribuição unitária e completa que liga com coesão o real do corpo com o esperado do grupo (o real com o ideal) e que está regido pelas leis da administração interna (super-eu).
O papel é a exigência no cenário comum que assegura a correta configuração da obra corporativa. É o corte claro entre minha função e tua função. É a partição de ocupações feita por uma lei invisível que lega e liga segundo a necessidade. Este corpo “en-rolado” (em seu papel) para fins que o transcendem, até por gerações de filiação, pode inclinar-se a pensar sobre si mesmo para compreender a distribuição desses significados, nem sempre alcançando variá-los, tamanha é sua força. Este é um corpo da interação que estabelece a identidade da mitologia de grupo. É nesta cosmogonia na qual o corpo se legitima, justifica e preserva, dentre os vários níveis de consciência implicados nas múltiplas associações que contém cada papel. O corpo definido em seu papel tenta diminuir a incerteza e alcançar um equilíbrio que o realiza em cada interação. Este é o corpo que adoece na histeria, o corpo que foi pensado de uma maneira e que pode adoecer dessa mesma maneira.
Corpo com outro corpo: Outro não é apenas sua voz feita signo nas palavras, mas toda sua biologia vibrante que ressoa como a própria. A sintonia de corpos é uma radical comunicação empática onde acontece outro espelho, desta vez aquele dos ajustes finos dos sistemas nervosos que regulam os ritmos de movimentos, batidas e tensões de
um e outro tornando-os homólogos por momentos.

É o corpo oferecido para um outro num relacionamento. É o corpo vinculado que procura un objetivo comum. Este é o corpo que apreende como-estar-com, fazendo uso de procedimentos exercitados desde os inícios da vida comum. A presença desse outro completa uma falta e entrega sentido. Um corpo com outro corpo constróem juntos um campo vincular em busca de sentido.

Este é o corpo que tenta afinidade ao permitir ser guiado por esse outro corpo. Este corpo é ativado a partir do soma até fazer, com outro, um encontro de intimidade que responde à pergunta O que você quer de mim? /O que eu quero de você? A motivação do encontro é negociada em distâncias, intensidades, compromisso somático até coordenar uma ação como resultado do encontro. Este corpo toma e deforma o somático até torná-lo em-ação, quer dizer, um emergente comum de ato e significado conjunto.

Tratar-se-ía de uma ação, conseqüência desta ativação comum, única e não repetível.
Aqui se produz a matéria-prima da vida relacional e individual, já que é nessa área onde, apesar da ressonância com outro, o corpo individual negocia seus limites para sustentar-se unitário e conexo por sua vez. Engrenar-se um corpo com outro para ativar fantasias somáticas e culturais que, por se tratar de um acoplamento com um corpo falante, seria o necessário para completar o acontecimento de ser em comunidade. O corpo é assim moldado pelo corpo de outro do qual toma e ao qual dá, numa mesma operação, motivação, conteúdo e significado. Alí se organiza uma configuração que conserva memória e para a qual retornamos num ato de economia estrutural.

Esse é o corpo que guia a eleição do parceiro, já que, não seria escolhida apenas uma pessoa mas a intersubjetividade possível de criar com ela.

Em conclusão, foram descritos quatro registros do corpo que, em conjunto, participam na experiência humana de ser-em, ser-com, ser-para e ser.

REFERÊNCIAS
Anzieu,D El yo piel Biblioteca nueva 1998
Corbin Alain Historia del corpo Santillana España 2005
Lolas Fernando Mas allá del corpo Ed Universitaria , Santiago 1997
Maturana, Varela. El árbol del conocimiento Ed Universitaria Santiago1989
Nasio , D. Los gritos del corpo Paidos Argentina 1996
Ogden Thomas.La frontera primaria d e la experiencia humana Julian Yébenes 1992
Mitchell ,Stephen Conceptos relacionales en psicoanálisis Siglo XXI Barcelona 1993
Popper Kart El corpo y la mente Paidos Barcelona 1997
Varela Francisco El fenómeno de la vida Dolmen Santiago Chile 2000
Dra Patricia Cordella*
Psiquiatra.
Professor Auxiliar Departamento de Psiquiatria Pontifícia Universidade Católica do Chile
Mestrado Psicologia menção Psicoanálise
Chefe Unidade trastorno de alimentação Pontifícia Universidade Católica do Chile

A sensibilização da pele

Antes de discorrer sobre o assunto, é importante publicar aqui uma breve definição do que é anatomia, levando em conta sua presença na dança de um modo geral, nos gestos cotidianos, afinal, "o corpo é o homem, e o homem é o proprio corpo".
Anatomia (do grego antigo ἀνατομή
[anatome], "seccionar"), é o ramo da
biologia no qual se
estudam a estrutura e organização dos seres vivos, tanto externa quanto
internamente.
Alguns autores usaram este termo incluindo na anatomia
igualmente o estudo das funções vitais (
respiração, digestão, circulação sanguínea, etc) para que o organismo viva em equilíbrio com o meio ambiente. Segundo esta definição, mais lata, a anatomia é de certa forma o
equivalente à morfofisiologia (do grego morphe, forma + logos, razão,
funcionamento).
A anatomia humana (ver
abaixo), a
anatomia vegetal e a anatomia comparada são
especializações da anatomia. Na anatomia comparada faz-se o estudo comparativo
da estrutura de diferentes animais (ou plantas) com o objetivo de verificar as
relações entre eles, o que pode elucidar sobre aspectos da sua
evolução.
De modo geral, nas sociedades urbanas, podemos constatar uma hiperutilização do sentido da visão: a quase supremacia da escritura e leitura como meios de fabricação e circulação do saber; a valorização da televisão, do cinema e do vídeo como cultura, lazer e informação; a indispensávelutilização do computador, a estética dominante dos top models e a febre de consumo de produtos vendidos através de suportes visuais (Internet, televisão, foto). Embora a maioria de nós saiba que atualmente a informática oferece inúmeros programas que permitem a manipulação da imagem, a mídia atesta a veracidade da informação sobretudo através da imagem, possivelmente manipulada…O que dizer dos outros sentidos, face à “onisciência” da visão em nossa sociedadecontemporânea? Fronteira entre Eu e o Outro, a pele é o maior orgão do corpo humano, lugar por excelência da afetividade, do desejo, da intimidade e da identidade.

De um ponto de vista fisiológico, os orgãos sensoriais estão vinculados ao tecido epitelial: o som atinge a pele da orelha e do aparatos mais sensíveis da orelha interna; o paladar é o contato de um alimento com a pele da língua. O mesmo se dá com o olfato,cujos estímulos passam pela pele das narinas para serem codificados pelo sistema nervoso. Segundo Roquet (1991,p.18), o órgão pele sintetiza todas as funções dos outros sentidos. A pele pode captar, pela vibração, ondas sonoras eondas luminosas. Ela tem um papel como regulador térmico ese aparenta ao sistema respiratório, pois respiramos também pela pele. A estimulação cutânea ativa o sistema neurovegetativo e esse age sobre o sistema respiratório e visceral. Tal como o sistema nervoso, a pele origina-se da ectoderme, a camada de células mais externa do embrião. Através dos proprioceptores, a pele é sensível ao toque, que informa ao sistema nervoso sobre espessura, forma, profundidade, densidade, etc. Muito embora a pele seja “um órgão determinante no desenvolvimento do comportamento humano”, como afirmaMontagu (1979, p. 210), para a maioria das pessoas, asensação do toque é restrita ao período da infância ou àsrelações íntimas.

A visão sendo o sentido privilegiado nocotidiano dos habitantes dos grandes centros urbanos e otoque sendo a faculdade sensorial menos requisitada nessecontexto, o corpo humano passa a ser apreendido sobretudo por sua aparência. Face à utilização excessiva que os indivíduos fazem da visão em nossa sociedade e dos problemas de saúde que isso pode ocasionar, a educação somática propõe exercícios que visam um reequilíbrio sensorial. O toque é a sensação mais
primitiva do ser humano e é a primeira via senso-motora que os professores de educação somática abordam.

Os exercícios de educação somática propõem a sensibilização da pele como um meio de (re)ativação do sistema proprioceptivo. Sabemos que o sistema proprioceptivo tem receptores na pele, nos músculos, ligamentos, tendões e articulações que são responsáveis de informar o cerebelo das diferenças de pressão sobre o corpo e de sua orientação no espaço, informações absolutamente necessárias à sobrevivência do organismo e à manutenção da saúde.
O espelho não é utilizado nas aulas de educação somática e o professor de educação somática raramente demonstra os exercícios aos alunos. O referencial objetivo da imagem do corpo no espelho ou do corpo-modelo do professor cedem lugar à subjetividade do aluno, que aprende a tomar suas próprias sensações como referência do aprendizado.
Dentro do contexto pedagógico da educação somática, os acessórios (bolas de borracha e de espuma, bastões e tijolos de madeira, saquinhos de areia, etc.) tornam-se referências de contato com a pele e instrumentos de auto-massagem, levando o aluno à (re)definir as fronteiras de seu corpo e a renovar sua relação com o mundo exterior. Montagu (1979, p. 215) afirma que : “O despertar da consciência de si é em grande parte uma questão de
experiência tátil”.
De um ponto de vista psicológico, a sensibilização da pele proposta pela educação somática é uma estratégia pedagógica utilizada pelo educador para levar o aluno à (re)descobrir-se além de sua aparência. Por exemplo, no caso de pessoas de personalidade introvertida com tendências anti-sociais e depressivas, a sensibilização da pele pode levá-los a uma relação mais sadia com o “mundo exterior” através de uma (re)descoberta da afetividade, da auto-estima, da sensualidade e da identidade, sem as quais a vida torna-se monótona e insípida. No caso de alunos extremamente extrovertidos e que apresentam distúrbios de comportamento como a hiperatividade e a falta de concentração, a partir da sensibilização da pele, o professor pode levar esse tipo de aluno a gradualmente entrar em contato com o espaço interior do corpo (pulsações, músculos, órgãos, líquidos, etc). Assim, a atenção do aluno hiperativo é dirigida progressivamente para sua própria interioridade. Através de vivências somáticas que começam pela estimulação tátil, os alunos aprendem de maneira gradual a conhecer-se, a respeitar as tendências de sua personalidade, a visitar outras facetas menos conhecidas de si mesmos e a desenvolverem habilidades pessoais que os levarão a estabelecer relações mais equilibradas com o meio, e desenvolver assim a sua propria dança, trazendo a tona a qualidade do movimento.

Essas informações e muitas outras estão disponibilizadas no endereço: http://cecemca.rc.unesp.br/ojs/index.php/motriz/article/viewFile/167/138

quinta-feira, 10 de maio de 2007

A dança conteporânea no youtube!!


Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=iWglNpgb5HQ
http://www.youtube.com/watch?v=JJqkKxQbSEw&mode=related&search=
http://www.youtube.com/watch?v=jQQyLRzvLCQ
http://www.youtube.com/watch?v=vIIwCKGhHfM&mode=related&search=
http://www.youtube.com/watch?v=BOla-J0KVf8&mode=related&search=
http://www.youtube.com/watch?v=Hfl5bwi9Qco&mode=related&search=

E MUITOS OUTROS!!

Banco Mundial x Internet


Pesquisa realizada pelo grupo de pesquisadoras para a aula de Políticas Públicas II - Professor Paulo Vasconcelos:

Banco Mundial investe em tecnologia
África: $164.5 milhões para Banda Larga
2007-04-06 11:55:57 : Jornal Digital - Noticias em tempo real.

Washington, DC - O Banco Mundial concedeu um financiamento de 164,5 milhões de dólares a três países africanos através do Programa Regional de Infraestruturas de Comunicações, com o objectivo de expandir a rede de banda larga naquela região do continente.
Os três países abrangidos são Burundi, Madagáscar e Quénia, na África oriental e austral, a única região do mundo que ainda não é servida por uma rede terrestre de banda larga, segundo o comunicado de imprensa divulgado pelo Banco Mundial a 2 de Abril.
A ausência de infraestrutura terrestre obriga a recorrer a serviços de Internet e telefone por via satélite, cujos custos têm sido um grande obstáculo ao desenvolvimento da região, segundo os especialistas.
Como declara um empresário queniano proprietário de um centro de atendimento, “Pôr 25 agentes ao telefone custa-nos 17.000 dólares por mês, enquanto que noutros países custa só entre 600 e 900 dólares. É absolutamente necessário fazer alguma coisa imediatamente para tornar o uso de banda larga acessível. Senão, vamos perder oportunidades fabulosas e vai-se dizer que a África não está preparada para fazer negócios”.
Quando o programa for finalizado, espera-se que todas as capitais e outros grandes centros urbanos da região estejam servidos por banda larga comercializada a preços acessíveis devido à competição.
De momento, a densidade de uso de banda larga na região abrangida pelo financiamento do Programa Regional de Infraestruturas de Comunicações representa apenas cerca de 1% do uso mundial.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Consciência Corporal

A busca humana pelo autoconhecimento é infinita. O grupo de consciência corporal destina-se às pessoas com este propósito, onde autopercepção corporal e expressão emocional são trabalhadas através de exercícios corporais e vivências. A esse respeito entrevistamos o Dr. Rogério Ziotti, psicólogo clínico e psicoterapeuta corporal e Ana Helena Magalhães Borges, educadora física e terapeuta corporal.

Qual a importância do trabalho?

Através de exercícios direcionados vamos buscar um aumento de fluxo de energia, diminuição de tensões e uma maior compreensão de nosso corpo.

Que tipos de exercício são utilizados?

Alongamentos, relaxamentos, respiração, automassagens e vivências.

Trata-se de ginástica?

Não, são movimentos corporais. Os movimentos corporais não são repetitivos como as ginásticas tradicionais. Variadas técnicas são utilizadas para diminuir o estresse através de movimentos, respeitando o tempo de cada um. Não deve haver também a preocupação de estar executando os movimentos de modo correto.
O que é correto para um corpo pode não ser para outro.

Os exercícios são individuais ou em grupo?

São feitos em grupo, mas não se trata de psicoterapia de grupo. Cada pessoa ali presente é um indivíduo e será tratado em sua singularidade.

Qualquer pessoa pode participar do grupo de consciência corporal?

Sim, qualquer pessoa, de qualquer idade, desde que esteja disposta ao autoconhecimento.

Em que medida a terapia corporal melhora nossa saúde?

Na medida em que o corpo é colocado em movimento, mexendo e descarregando tensões ele é beneficiado no sentido de um maior relaxamento físico. Da mesma forma emoções também são liberadas e trabalhadas de uma forma gradativa o que acarreta um bem-estar mental. Associada às práticas médicas tende a acelerar os resultados desejados pelos pacientes.

Partindo-se do pressuposto de que a pessoa tenha conteúdos emocionais a serem liberados, é no grupo de consciência corporal que ela vai tratar disso?

Ela poderá continuar com o grupo e, poderá ser encaminhada, se assim o desejar, ao psicólogo clínico.

Este trabalho modifica o corpo?

Poderá modificar, mas, cada corpo tem a sua estória, e sua singularidade. O seu corpo se desbloqueando podem ocorrer modificações as mais diversas, podendo alterar inclusive a forma do corpo.

Este trabalho é um trabalho de educação, onde após o período de aprendizado de cada um, as pessoas passam a caminhar sozinhas?

Sim, é um trabalho de reeducação. Na verdade nada está sendo ensinado, basta observarmos os movimentos de um bebê ao se espreguiçar e perceberemos que ele sabe exatamente o que fazer com seu corpo. Todo o trabalho de autoconhecimento objetiva fornecer instrumentos dos quais a pessoa possa se utilizar. Este trabalho em particular tem como meta o conhecimento corporal, o apropriar-se do próprio corpo. Para elucidar melhor o que queremos dizer, citamos abaixo Therese Bertherat:
“Neste instante existe uma casa com seu nome: você é a única proprietária, mas faz tempo que perdeu as chaves. Fica de fora, só vendo a fachada, não chega a morar nela. Esta casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças é o seu corpo”.




Dr. Rogéiro Ziotti e Ana Helena Magalhães Borges


dezembro/2.001